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"Se tivesses acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido as verdades que insisto em dizer brincando..."

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"Me interprete como quiser... Me veja da sua maneira... Pode me julgar. Só não espere que eu seja isso que você pensa!!!"



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ser Professor hoje – Desabafo

Luciano Rodrigues Gallo

Quando, nesse mês, olhei o que vou receber, eu ... nem sei.
Ouvi em um documentário, acho, que “professores não ensinam esperando nada em troca, ensinam porque gostam”, e fiquei pensando até que ponto isso é real.
Me lembrei do quanto trabalhei pesquisando e preparando aulas diversificadas, pois a cada dia está mais difícil cativar a atenção dos alunos que, além de se julgarem auto-suficientes, assimilaram a idéia de que não é preciso nenhum esforço, pois a escola de hoje lhes garante aprovação de qualquer forma; me lembrei das noites em frente a um computador elaborando trabalhos, provas, que, ao contrário do que pensam, demanda um esforço mental para adequá-los à realidade das turmas onde serão aplicados; me vi novamente enfrentando as situações difíceis dentro de sala de aula, onde temos que ser mais que simples professores, pois fazemos o papel de pais, babás, psicólogos, profissionais de saúde e tantos outros mais quanto forem necessários para lidar com os problemas dos alunos, dos pais de alunos, etc., e, enquanto fazemos isso temos que nos esquecer totalmente nossas próprias limitações, nossos próprios problemas, pois temos que ser os “profissionais que trabalham por amor”; me lembrei das reuniões que todos temos que “agüentar”, e digo isso, pois até hoje eu não entrei em nenhuma reunião onde o esforço dos professores fosse reconhecido, somente cobranças e aumento no volume de trabalho é o que escutamos, isso pra dizer somente o mínimo.
Quando parei e analisei friamente minha planilha de custos e receita percebi que gosto mesmo de ensinar, pois o que ganhamos não compensa nem de longe todos esses desgastes.
Até quando seremos tratados com esse descaso por parte de todos, inclusive “colegas” que por ocuparem cargos melhores se esquecem totalmente da realidade nua e crua com a qual temos que lidar diariamente? Até quando seremos desrespeitados em nossas necessidades básicas pela sociedade? Até quando seremos vistos como aqueles que não tem importância para autoridades, que para se manter no poder investem na ignorância dos eleitores (Um povo ignorante é mais fácil ser manipulado)? Até quando a sociedade vai se negar a enxergar que somente se desenvolve o país que investe alto em educação, de verdade, e investir alto significa também valorizar os profissionais que nela atuam, e isso no nosso país e nosso Estado está muito longe de acontecer? Até quando vamos permitir que políticos incompetentes e corruptos cuidem da formação dos nossos filhos?Até quando esse país vai ficar deitado em berço esplêndido assistindo aos “espertalhões” tirarem toda a riqueza que nos foi dada por Deus? Até quando essa Nação vai dormir? Acordem, esse país precisa urgentemente de um povo que tome (através do voto) as rédeas do seu destino...
Somos professores sim, ensinamos por amor sim, mas precisamos sobreviver de maneira digna tendo todas as nossas necessidades atendidas satisfatoriamente. O amor que tenho pelo que faço não coloca o feijão na minha mesa.