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"Se tivesses acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido as verdades que insisto em dizer brincando..."

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"Me interprete como quiser... Me veja da sua maneira... Pode me julgar. Só não espere que eu seja isso que você pensa!!!"



sábado, 18 de setembro de 2010

Ensinar a Aprender ou Aprender a Ensinar?

Luciano Rodrigues Gallo_LRG

Sempre gostei de lidar mais com os mais velhos em sala de aula. Não sei explicar bem o porque, acho que a seriedade com que a maioria deles estuda acaba sendo um incentivo para que as aulas sejam preparadas visando atender as curiosidades que se apresentam, os testes de alunos que “se acham” sejam enfrentados com o conhecimento e não com o autoritarismo, os assuntos abordados sejam explicados e entendidos e não apenas expostos, que os conteúdos sejam mais bem explorados, enfim que uma aula seja uma transmissão de conhecimento e não somente um repasse de dados. Isso força um aprendizado maior por parte de quem ensina, pois só quem sabe bem o conteúdo pode ampliar esse conhecimento. Os questionamentos, as dúvidas, as piadas, as brincadeiras, as perguntas, mesmo as sem sentido, se tornam uma fonte de aprendizado para quem tem a humildade de se colocar como um aprendiz, e não como alguém que se julga melhor por ocupar uma posição diferente dentro da sala de aula.

No início da minha carreira de professor, e ainda hoje é assim, sempre tive que enfrentar as “piores salas”, as mais trabalhosas, com os alunos mais problemáticos, sabe “aqueles que não querem nada com nada” (será?), e isso longe de ser algo negativo me ensinou muito sobre o verdadeiro papel de um professor dentro da sala. Não devemos nos limitar ao conteúdo somente, pois se assim o fizermos, com certeza estaremos desprezando um bem maior, que é o de aprender seu aluno enquanto ser humano, com todos os defeitos e qualidades que o formam, enfim com toda a riqueza que cada um de nós carrega e nos possibilita a evolução. Sempre fui muito criticado, taxado de sonhador, de idealista, por achar que devemos, sempre, antes de mais nada, criar vínculos de amizade e afeto com os alunos. Aprendi cedo que quando agimos assim descobrimos o quanto aquele aluno difícil, que “não quer nada com nada”, de fato quer, geralmente ele quer muito mais do que a maioria.

Sempre fui uma pessoa de difícil convivência, mas quando era aluno me dei conta de que aprendia muito mais facilmente quando gostava de quem ensinava, quando, além da preocupação de me ensinar a “matéria” essa pessoa se importava comigo e não somente com o que eu estava aprendendo. Me lembro com carinho de todos os meus professores(as) que se enquadram nesse perfil, dos outros, eu mal consigo me lembrar o que ensinavam. Procuro aplicar essa filosofia em minhas aulas e tenho obtido resultados surpreendentes.

Pode parecer óbvio o que eu estou dizendo, e deveria ser, mas não é, eu já ouvi de colegas de profissão que “não estou aqui pra ser amigo (a) de ninguém”, ou “o que eu quero é o meu no fim do mês”, ou ainda “Ah!, se eu pudesse...”.

Muitos dizem que esta profissão é um “sacerdócio”, ou que “tem que ter um talento especial”, ou ainda, que “o amor à profissão deve suprir todas as necessidades”, (que são muitas), porém poucos são aqueles que de fato encaram essa profissão assim.

Não quero que acreditem que é fácil lidar com todos os problemas da educação, mas sou capaz de garantir que os alunos problemáticos, são, com toda a certeza, o menor deles. Pessoalmente acho muito mais complicado lidar com as pessoas cheias de mágoas e inveja, pessoas que acreditam que prejudicando seus “próximos” conseguiram chegar a algum lugar na vida. Infelizmente encontramos esse tipo de pessoa com muito mais facilidade nesse meio.

A Educação deveria ser um local repleto de pessoas que se importam umas com as outras, onde as pessoas entendam que estão lidando com outros seres humanos, e, que o lado humano deve ser o protagonista do processo de ensino/aprendizagem, onde os que se dizem “educadores”, devem aprender a ser mais humanos, a se doar como gente antes de ensinar o quer que seja.

Você que duvida do que eu estou dizendo reflita e responda:

Qual professor é capaz de ser um bom professor se não for capaz de se doar? Sem essa capacidade será tão somente um transmissor de conhecimento, e isso, hoje, qualquer computador é capaz de ser.

Beijos no coração!

Luttiano...