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"Se tivesses acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido as verdades que insisto em dizer brincando..."

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"Me interprete como quiser... Me veja da sua maneira... Pode me julgar. Só não espere que eu seja isso que você pensa!!!"



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Impassível diante do Dragão

Zélia Maria de Souza

Quanto tempo nos conhecemos? Sei lá!
Eu vinha, você ia ...
Foi um encontro casual, comum, milhares já se encontraram assim.
Depois eu comecei a sentir algo.
Talvez uma saudade sem razão...
Não era tristeza, não era alegria.
Era uma indecisão de sentir você.
E eu passava momentos olhando prá frente, desligada sem ver nada.
Olhava e não via, estava absorta.
Parada consumida por mim, uma verdadeira estátua em introspecção!
Estava confusa, confusa com uma ausência que era presença.
De repente a interrogação indecisa foi evaporando.
E vi dentro de mim que era grande.
Você estava enquadrado no que eu queria.
Desde o sorriso até as lágrimas.
Você era a mão certa na escalada incerta, o agasalho ...
Você era o sim diante da vida.
Mas cometi um erro.
Não perguntei se eu também era tudo isso prá você.
E a verdade é que não era.
Eu não estava enquadrada no que você queria.
Não era o sorriso.
Não era o agasalho.
Não era nada.
Era um ser maravilhosamente invisível prá você.
(Impassível) Será????
De repente fiquei afirmando seus defeitos.
Afundei-me como um arqueólogo nas ruínas da sua imagem, e você permaneceu intacto.
Eu quis desmanchar a ilusão, quis vomitar um amor que me assentava bem.
Eu torci prá você me decepcionar.
Queria muito sentir indiferença.
No entanto você se manteve o mesmo, impassível diante do Dragão no qual me transformei.
Então me decepcionei comigo, porque não compensei o que eu queria com o que eu sentia.
E numa noite não muito longe, resolvi selar a carta da despedida.
Fechei os olhos, as lágrimas pingaram uma a uma.
E eu adormeci, sonhando o sonho da aceitação.